Precisamos avançar na valorização da rádio comunitária. Diferentemente
da rádio comercial ou da pública, a comunitária tem um outro papel: é
uma voz de expressão da comunidade e um meio de comunicação interna que
possibilita que essa população se organize e adquira personalidade. Deve
ser pensada como uma parte do sistema de rádio e comunicação no Brasil,
com uma singularidade muito delimitada. O Ministério da Cultura já está abrindo, junto com a Abraço, que é a
Associação Brasileira das Rádios Comunitárias, um edital exatamente para
incentivar o desenvolvimento dessa rádio que é muito singular, que joga
um papel importante.
Tenho visitado os estados no Brasil, e entrei em contato com rádios
comunitárias que prestam serviços às comunidades indígenas e caboclas
que vivem na floresta ou em situação de isolamento. No interior do
Nordeste, em regiões onde a seca castiga profundamente a população que
vive isolada. E essa rádio acaba sendo o grande instrumento de agregação
daquela comunidade. Nas periferias, visitei uma rádio comunitária em
Belo Horizonte e fiquei muito impressionado com a audiência e com a
agilidade que tem de refletir os problemas da comunidade. É um
instrumento importante de comunicação e que o sistema brasileiro de
rádio e comunicação precisa incorporar.
Ministro Juca Ferreira (http://www.brasil.gov.br/emquestao)
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