05 junho 2010

Jorge Amado e a morte de Quincas Berro D'água

Nesse ano a Companhia das Letras iniciou a republicação das obras completas de Jorge Amado (1912-2001), sendo que os últimos livros serão reeditados em 2012, ano da comemoração do seu  centenário de nascimento. Jorge Amado nos deixou vasta e rica obra. São seus livros como "Tieta do Agreste", "Terras do sem-fim", "Dona Flor e seus Dois Maridos", "Mar Morto", "Capitães de Areia" e "Tocaia Grande", apenas para citar alguns. Advogado, porém sem nunca ter exercido a profissão, era "comunista de carteirinha'. Preso e exilado em diversas oportunidades, na década de 40 foi deputado federal pelo PCB, afastando-se da militância política por volta de 1955. Viveu na França e na Tchecoslováquia, ocasião em que estreitou seus laços comunistas com a Europa, em especial a União Soviética. Seu lar, no entanto, foi a famosa casa do Rio Vermelho, Salvador, Bahia, Brasil, comprada com a venda dos direitos de filmagem de "Gabriela, Cravo e Canela" aos estúdios da MGM. Era lá que recebia amigos e personalidades, entre elas Sartre e Pablo Neruda, que se tornou compadre de Jorge Amado.Em 1998 torna-se doutor "honoris causa" da Universidade de Sorbonne Nouvelle e Universidade Moderna de Lisboa, sendo agraciado, ainda, com o prêmio Camões, maior honraria para escritores de língua portuguesa. Morre em 2001 após problemas de saúde que o acompanhavam desde a última metade da década de 90, impulsionados por um enfarte, perda da visão central e um edema pulmonar detectado em Paris. 
 Com ele se foi a maior e mais real oportunidade do Brasil receber um prêmio Nobel de Literatura. Dificilmente a qualidade de sua obra, traduzida para o mundo todo, terá representante de tamanha importância.Entre as personagens criadas por ele, merece destaque Quincas Berro D'água. A novela escrita por Jorge Amado é deliciosa e merece ser lida em um único fôlego.O livro narra os acontecimentos que sucedem após ser encontrado o corpo de Quincas em uma pocilga, deitado sobre um catre, mal vestido, com o dedão do pé escapando por um buraco na meia furada e... sorrindo, um "sorriso cínico, imoral, de quem se divertia". Vanda, filha, Leonardo, genro, Tio Eduardo e Tia Marocas, irmãos, ao mesmo tempo que se apresentam enlutados davam graças pelo ocorrido. Finalmente morria a vergonha da família. Para os parentes o falecido deveria permanecer para sempre como o irrepreensível cidadão Joaquim Soares da Cunha, não o famoso Quincas Berro D'água, o "Rei dos vagabundos da Bahia", o "senador das gafieiras", o "patriarca da zona do baixo meretrício", personagem que se tornou após sair de casa chamando mulher e filha de "jararacas". Vanda não entendia como um respeitado funcionário da Mesa de Rendas Estadual podia abandonar, aos cinqüenta anos, a família, o lar, os hábitos de toda uma vida, "para vagabundear pelas ruas, beber em botequins baratos freqüentar o meretrício, viver sujo e barbado, ...". 
 No entanto, a morte de Quincas foi sentida pelos seus pares. A notícia se propagou e nos bares, botequins e armazéns, "imperou a tristeza e a consumação era por conta da perda irreparável". Afinal, "quem sabia melhor beber do que ele, jamais completamente alterado, tanto mais lúcido e brilhante quanto mais aguardente emborcava? Capaz como ninguém de adivinhar a marca, a procedência das pingas mais diversas, conhecendo-lhes todas as nuanças de cor, de gosto e de perfume". Todos que lhe queriam bem, mulheres baratas, vagabundos, malandros, marinheiros desembarcados, derramaram lágrimas pela perda. No velório não poderiam deixar de faltar os amigos, em especial os inseparáveis Curió, Cabo Martim, Pé-de-Vento e Negro Pastinha, este que o chamava de "paizinho". Já chegaram úmidos de cachaça e se colocaram a disposição para auxiliar a família no que fosse preciso. Aos poucos Vanda, Leonardo e Tia Marocas foram saindo, sendo que Tio Eduardo deixou ao encargo dos amigos de Quincas a responsabilidade de cuidarem do defunto. Nesse ponto o livro torna-se ainda mais delicioso e hilário. Os amigos dão bebida para o morto, trocam suas roupas (apoderando-se do terno novo, sapatos e camisa, comprados pela família para honrar o falecido), e levam o corpo para comer moqueca. 

Caminham com ele pelas ruas e lá pelas tantas, após empinarem muita cachaça, passam a comemorar o "aniversário" do velho amigo Quincas Berro D'água. Até Quitéria Olho Grande, amante do "de cujus", fica surpresa ao vê-lo amparado pelos amigos. A peixada foi servida abordo de um Saveiro, embarcação típica do nordeste brasileiro, e durante forte temporal uma onda grande arremessou o corpo de Quincas ao mar. Nunca mais se viu. Ficou na tempestade "envolto num lençol de ondas e espuma, por sua própria vontade". O livro "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'água" teve sua primeira publicação em 1961. Relançada pela Cia. das Letras em edição bem cuidada, acompanha posfácio, escrito por Affonso Romano de Sant'Anna, cronologia, reprodução das páginas iniciais do original de Jorge Amado, fotografias, ilustrações e capa do livro em edição libanesa, americana, chinesa, finlandesa, israelense, francesa, portuguesa, lituana e grego.

Além do lançamento do filme - Direção: Sérgio Machado - Com os atores: Paulo José , Marieta Severo , Mariana Ximenes , Vladimir Brichta , FlávioBauraqui   roteiro:Sérgio Machado, baseado em livro de Jorge Amado produção:Walter Salles e Maurício Ramos música:Beto Villares fotografia:Toca Seabra direção de arte:Adrian Cooper figurino:Kika Lopes edição:Márcio Hashimoto efeitos especiais:Tribbo Post
Vale a pena conferir o livro e curtir o filme. Divirtam-se
Fotos: igoogle Fonte: Adotocinema, passeiweb...
Scrapsonline.com.br

04 junho 2010

Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão

É preciso ficarmos atentos para o significado dessa agressão e nos perguntarmos de que tipo de agressão, afinal, estamos falando. Somente da agressão física?  Naturalmente que esta é a mais dolorosa do ponto de vista biológico, mas será ela a mais absurda? Existem diversos níveis de agressão: a corporal, a psicológica, a social, a econômica... outros deve haver, com certeza,mas por ora fiquemos com esses. Em média, 18 mil crianças são vítimas de violência doméstica por dia no Brasil. Os dados,  apresentados pela Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e  Negligência na Infância (Sipani), representam 12% das 55,6 milhões de  crianças menores de 14 anos. Não há muito para  comemorar neste Dia Mundial contra a Agressão Infantil. O perigo está mais  próximo do que se imagina. Dados do Fundo das Nações Unidas para a  Infância (Unicef) mostram que 80% das agressões físicas contra crianças e  adolescentes foram causadas por parentes próximos. Ainda de acordo com o  Unicef, de hora em hora morre uma criança queimada, torturada ou  espancada pelos próprios pais.
                              
Segundo o professor Vicente Faleiros, do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB), cerca de 70% das denúncias de agressão física contra crianças foram praticadas pela própria mãe. O professor afirma ainda que o abuso sexual normalmente é praticado pelo pai ou padrasto. No Rio de Janeiro, de acordo com a delegada Renata Teixeira Dias, responsável pela Delegacia de Proteção a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência (Decav), cerca de 40% de todas as ocorrências registradas por mês nas delegacias do Estado são de agressão infantil. Ainda segundo a delegada, apenas 1% das denúncias são feitas pelas vítimas. Os tipos de agressão infantil são diversos. Os mais comuns são a violência física, a psicológica e a sexual. Segundo dados do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia), de 1999 até 2007, foram registrados 28.840 casos de agressão física, 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abusos sexuais em todo o país. Na opinião do professor Vicente Faleiros, bater definitivamente não é a melhor solução. Para ele, o ideal é o diálogo com a criança. Segundo o professor, é mais eficaz explicar para a criança as conseqüências de seus atos e como você se sente decepcionado com isso, do que bater nela. Além de melhorar o relacionamento com a criança, esse tipo de atitude acaba evitando que ela se torne um agressor no futuro. Entre as causas da violência infantil está o trauma de quem foi agredido quando criança. Pais que quando crianças foram vítimas de violência doméstica tendem a repetir as agressões em seus filhos. De acordo com o Centro de Combate à Violência Infantil (Cecovi), outras causas para a agressão são: ver a criança e o adolescente como um objeto de sua propriedade; a projeção de cansaço e problemas pessoais nos filhos; fanatismo religioso; e problemas psicológicos e psiquiátricos. O procurador da República Guilherme Zanina Schelb, acrescenta que a violência infantil está ligada ao alcoolismo e à falta de limites do agressor, que se não for advertido, vai continuar agindo.
No caso de maus tratos, a pena varia de dois meses a um ano. Se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave, a pessoa pode pegar de 1 a 4 anos. Já no caso de morte, o agressor pode ser condenado de 4 a12 anos. Para saber qual o telefone do Conselho Tutelar mais perto de sua casa, ligue para o número 100 (ligação gratuita).
 Denuncie

5 de Junho, "Dia Mundial do Meio Ambiente" e da "Ecologia"


A criação desta data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas. A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, onde a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, onde a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade. Nessa reunião, criaram-se vários documentos relacionados às questões ambientais, bem como um plano para traçar as ações da humanidade e dos governantes diante do problema. A importância da data é devido às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros. A partir de 1974, o Brasil iniciou um trabalho de preservação ambiental, através da secretaria especial do meio ambiente, para levar à população informações acerca das responsabilidades de cada um diante da natureza. Mas em face da vida moderna, os prejuízos ainda estão maiores. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies animais.
   A política de reaproveitamento do lixo ainda é muito fraca, em várias localidades ainda não há coleta seletiva; o que aumenta a poluição, pois vários tipos de lixos tóxicos, como pilhas e baterias são descartados de qualquer forma, levando a absorção dos mesmos pelo solo e a contaminação dos lençóis subterrâneos de água. É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.
    E cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão, não jogando lixo nas ruas, usando menos produtos descartáveis e evitando sair de carro todos os dias. Se cada um fizer a sua parte o mundo será transformado e as gerações futuras viverão sem riscos.
     A preocupação com a conservação da natureza vem se acentuando nos dias atuais em função das atividades humanas, as quais têm ocasionado graves problemas de degradação ambiental, a ponto de comprometer, caso não sejam tomadas medidas emergenciais, os recursos naturais, as condições de vida e consequentemente, toda a vida futura no planeta. 

    O amor à natureza e o desejo de que ela seja preservada ou utilizada racionalmente pelo homem já podem ser observados em todas as regiões do Brasil. O Dia Mundial do Meio Ambiente já está sendo comemorado por várias Cidades, Estados, Instituições de Ensino e Empresas, todos preocupados com o futuro do planeta. Antes de nossa existência, arvores existiam em enorme quantidade, atualmente pouca parte delas restam no mundo, água potável era encontrada em abundancia em qualquer riacho, atualmente temos que pagar para tê-la, contando que mais de 20% da população já não tem acesso a ela. Ar puro já é raro. O Planeta sem os humanos ainda seria verde e azul, ao contrário do azul-marrom e do cinza que vemos hoje, as especies de animais estariam crescendo e crescendo ao contrário de hoje em que as especies estão cada vez mais ameaçadas de extinção e muitas só conhecemos por livro e fotos. O homem e seus atos são os predadores universais. Matam por prazer, passivamente, ou seja, desmata para pegar a madeira e isso extingue várias especies como os macacos, água para nós desperdiçamos o que ocasiona a extinção outras especies como peixes e outros animais marinhos, a caça, fogueiras entre outros atos que “machucam” o Planeta Terra. Nem tudo está perdido, muitas pessoas veem se conscientizando disso e ajudando o planeta a ser algo melhor para nossa geração e para as próximas, também, reflitam no texto e ajude o planeta para que daqui alguns anos você ainda possa estar lendo textos como esse.
fonte:peabirus, Ibge,terraazul

Dia Mundial da Criança 1º de Junho


  • Dia Mundial da Criança - É um dia em que se deve pensar nas centenas de crianças que continuam a sofrer de maus tratos, doenças, fome e discriminações (discriminação significa ser-se posto de lado por ser diferente).

  • Sabia que o primeiro Dia Mundial da Criança foi em 1950?

  • Tudo começou logo depois da 2ª Guerra Mundial, em 1945.
    Muitos países da Europa, do Médio Oriente e a China entraram em crise, ou seja, não tinham boas condições de vida.

  • As crianças desses países viviam muito mal porque não havia comida e os pais estavam mais preocupados em voltar à sua vida normal do que com a educação dos filhos. Alguns nem pais tinham e a história ainda é assim hoje.
  • Como não tinham dinheiro, muitos pais tiravam os filhos da escola e punham-nos a trabalhar, às vezes durante muitas horas e a fazer coisas muito duras.

  • Sabia que mais de metade das crianças da Europa não sabia ler nem escrever? E também viviam em péssimas condições para a sua saúde.

  • Em 1946, um grupo de países da ONU (Organização das Nações Unidas) começou a tentar resolver o problema. Foi assim que nasceu a UNICEF.

  • Mesmo assim, era difícil trabalhar para as crianças, uma vez que nem todos os países do mundo estavam interessados nos direitos da criança.

  • Foi então que, em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que se criasse um dia dedicado às crianças de todo o mundo.

  • Este dia foi comemorado pela primeira vez logo a 1 de Junho desse ano!

  • Com a criação deste dia, os estados-membros das Nações Unidas, reconheceram às crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social o direito a:
    - afeto, amor e compreensão;
    - alimentação adequada;
    - cuidados médicos;
    - educação gratuita;
    - proteção contra todas as formas de exploração;
    - crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.

  • Sabia que em só nove anos depois, em 1959 é que estes direitos das crianças passaram para o papel?

  • A 20 de Novembro desse ano, várias dezenas de países que fazem parte da ONU aprovaram a "Declaração dos Direitos da Criança".
    Trata-se de uma lista de 10 princípios que, se forem cumpridos em todo o lado, podem fazer com que todas crianças do mundo tenham uma vida digna e feliz.

  • Claro que os Dia Mundial da Criança foi muito importante para os direitos das crianças, mas mesmo assim nem sempre são cumpridos.

  • Então, quando a "Declaração" fez 30 anos, em 1989, a ONU também aprovou a "Convenção sobre os Direitos da Criança", que é um documento muito completo com um conjunto de leis para proteção dos mais pequenos (tem 54 artigos!).
  • Esta declaração é tão importante que em 1990 se tornou lei internacional!
É um dia em que se pensa nas centenas de crianças que continuam a sofrer de maus tratos, doenças, fome e discriminações (discriminação significa ser-se posto de lado por ser diferente).

Padrões

 "Nós não gostamos de ser perturbados nas nossas crenças e preconceitos que nos foram legados como os móveis da família. Na maturidade, muitos de nós, atingimos um estado de hibernação e vivemos alimentados pela gordura de antigos fetiches. Se uma nova idéia invade o nosso covil, levantamo-nos, rugindo, do nosso sono de inverno. (Napoleon Hill do livro “A lei do triunfo”)
"O hábito é o melhor dos servos ou o pior dos amos" (Nathaniel Emmons)

Para o nosso compasso, a maioria de nós habitua-se a mudar para o que já está habituado... E, a fantasia da "mudança", é então e apenas, para um cenário e atores diferentes... o conteudo é precisamente o mesmo  e os resultados também. Enquanto não resolvermos enfrentar o que há de covarde em nós, a única mudança será a da repetição em contínuo.

TEMPO...

 Não é que o amor é para sempre.
É que quando a gente ama o tempo não existe.
Fluidos sagrados eternizados na ânfora do tempo
Que guardam na memória os momentos,
Transformando em vinho, para inebriar o corpo e
Aquecer o coração!
Que sonho se faz a vida
Que nelas deixa tua marca
Há!Se eu pudesse te confiar
Quanta volta daria no infinito
Dos acontecimentos!
Tenho na face traços vincados pelo tempo
Na alma ainda posso sentir seu peito.
Vencer os desafios do deserto
O silêncio da noite
O canto das cigarras
Olhando as estrelas paradas.
É o mistério do intocável abrigo da alma
É a força e beleza que mora dentro de mim!!!
Adriana Leal

03 junho 2010

Linda Rosa



Uma das grandes revelações uma das vozes mais lindas da atualidade..não têm como comparar, um estilo que encanta e surpreende,tão suave..da vontade de ouvir o dia inteiro.

CQC... Custe o Que Custar

Esses caras são um escracho, o programa da TV Band que tem feito sucesso com sua mistura de jornalismo e altas doses de sarcasmo e ironia. Esse estilo,  sustenta em fazer graça sobre as mazelas do cotidiano, requer raciocínio rápido e cara-de-pau, características que se encaixaram muito no bem no formato do "CQC"
 

01 junho 2010



Essa musica Berimbau foi composta por Baden Powell e Vinicius após o poetinha lhe ter apresentado as lindas maravilhas e magias da Bahia. Foram nessa época feitos os famosos Afro-Sambas. Quando Baden viu uma roda de capoeira ele ficou admirado completamente encantado e procurou saber o que era aquilo,Vinicius tratou de explicar e então ele começou a reproduzir o som do berimbau no violão e compôs essa belíssima musica


31 maio 2010

Cultura: que negócio é esse?


    
Gabriela Leal Barbosa — 14/09/2007 — A realidade social brasileira.

     A desigualdade é uma marca histórica da sociedade brasileira. O Brasil está entre os países com os piores índices de distribuição de renda, onde a parcela de 10% da população mais pobre detém apenas um 1% da renda, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Já os 10% de brasileiros mais ricos abocanham quase a metade da riqueza nacional. São números que pouco ou quase nada se alteram na passagem dos anos.
     Neste contexto, só pode ser acertada a posição daqueles que aceitam a contradição como sendo motor da vida social, especialmente, nas sociedades baseadas na economia de mercado, guiadas pela vertigem provocada pela mercadoria, o consumo e o espetáculo.
    O resultado das relações estabelecidas de forma desigual entre os que os que produzem e os que se apropriam da produção, traduzido para o terreno da cultura, refletem a exclusão e o abismo existente no acesso à produção e à circulação de bens e serviços culturais entre indivíduos que dispõem formalmente dos mesmos direitos.
    A imensa maioria dos brasileiros permanece relegada ao consumo de conteúdos veiculados pelos grandes grupos de televisão e de outras mídias, tidos ainda hoje como os bastiões da cultura nacional, esteios da comunicação, porta-vozes daquilo que se ouve, se vê, se encena e se sonha.
    O patrimônio cultual brasileiro é rico e diversificado, materializado no conjunto de técnicas e expressões artísticas, na língua e na linguagem, nos costumes, na memória e no patrimônio histórico. São valores relacionados à vivência social, que operam sentido de forma permanente na realidade das pessoas, em oposição à ação cultural direcionada apenas para o evento, a ostentação e para o entretenimento em contraste com a grande e variada produção, o abismo no acesso à cultura é enorme. Ricos e pobres gastam cerca de 4% de suas respectivas rendas com atividades culturais. Basta este dado para explicitar as diferença entre os dois pólos do estrato social.
E podemos ir além. Mais de 90% dos municípios não possuem salas de cinema, teatro, museus e espaços culturais de uso variado. Apenas 13% dos brasileiros freqüentam cinema pelo menos uma vez por ano, 92% nunca foram a museus e 93,4% de nosso povo jamais apreciou alguma exposição de arte, de acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada com o objetivo de situar a realidade cultural e subsidiar ações e políticas para esta área.
   Em 2009, 1.152 municípios brasileiros não tinham bibliotecas públicas, conforme recente estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que traçou um censo dos equipamentos de leitura de todo o país. O levantamento informa, também, que praticamente a metade das bibliotecas tem computador com acesso à internet, mas que menos de um terço delas oferecem este serviço para a população.     O censo apontou que só 12% dos espaços permanecem abertos aos sábados e 1% aos domingos, 24% deles mantêm funcionamento noturno e que mais de 90% não têm condições de acessibilidade para pessoas especiais. Também é baixa a incidência de atividades culturais desenvolvidas nas bibliotecas. Na mecânica da atividade cultural, a quantidade de acesso, produção e consumo de bens, serviços, produtos e manifestações culturais, é a medida do impacto da cultura na qualidade e no modo de vida das pessoas.
      Deste modo de enxergar, os programas culturais são derivados do entendimento político, o compromisso e a responsabilidade dos agentes públicos estatais com a promoção e a ampliação do universo simbólico e a capacidade criativa, as manifestações, expressões e a identidade de um povo. A universalização da cultura através da produção e do consumo, a garantia de financiamento e a democratização por meio da participação e o controle social se convertem em fato e resultado se operarem a salvo do vício do aparelhamento e do compadrio político-partidário.
     Em seu oposto, presa a práticas de paróquia, a ação cultural não deixará de representar apenas um bom negócio para alguns e fator de exclusão de muitos.

(*) Paulo Bogler é agente cultural, dirigente da Associação Guatá, em Foz do Iguaçu, Pr. Texto publicado originalmente na revista Escrita, edição 12.