05 novembro 2010

Verdadeiro....

O amor maduro não é menor em intensidade.
Ele é apenas quase silencioso.
Não é menor em extensão.
É mais definido, colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações
presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas:
amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro somente aceita
viver os problemas da felicidade.
Problemas da felicidade
são formas trabalhosas
de construir o bem e o prazer.
Problemas da infelicidade
não interessam ao amor maduro

O amor maduro cresce na verdade
e se esconde a cada auto-ilusão.
Basta-se com o todo do pouco.
Não precisa nem quer nada do muito.
Está relacionado com a vida
e a sua incompletude,
por isso é pleno em cada ninharia
por ele transformada em paraíso.
É feito de compreensão, música e mistério.
É a forma sublime de ser adulto
e a forma adulta de ser sublime e criança.
O amor maduro não disputa,
não cobra, pouco pergunta, menos quer saber.
Teme, sim. Porém, não faz do temor, argumento.
Basta-se com a própria existência.
Alimenta-se do instante presente valorizado
e importante porque redentor
de todos os equívocos do passado.
O amor maduro é a regeneração de cada erro.
Ele é filho da capacidade de crer e continuar,
é o sentimento que se manteve mais forte
depois de todas as ameaças,
guerras ou inundações existenciais
com epidemias de ciúme.

O amor maduro é a valorização do melhor
do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu
mesmo tendo ficado para depois.
Vive do que fermentou criando
dimensões novas para sentimentos antigos,
jardins abandonados cheios de sementes.
Ele não pede, tem.Não reivindica, consegue.
Não persegue, recebe.
Não exige, dá.
Não pergunta, adivinha.
Existe, para fazer feliz.
Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.
(Arthur da Távola) 

Humano Amor de Deus...

Sabemos que a vida é fruto de cada decisão, de cada momento nosso. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver. E viver é plantar  não tenho dúvidas.  É a atitude de constante semeadura, de regar todos os  dias a terra de nossa existencia, de nossas conquistas, amores, amizades, as mais diversas formas de sementes. E cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Tudo o que agora silenciosamente planto, ou deixo de plantar em mim, será uma plantação que poderá ser vista de longe... Para cada dia, meu empenho. A sabedoria bíblica confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"

E hoje, neste tempo, o presente e o futuro está sendo plantado. As minhas escolhas aquelas   que procuro, os meus amigos que eu cultivo, as leituras que faço, os meus  valores que abraço, os amores que tanto amo, tudo será determinante para a minha colheita futura. Acredito que a felicidade talvez seja isso: a alegria de recolher da terra o que sou, frutos que sejam agradáveis aos olhos! Creio que a infelicidade,  seja o contrário. O que não posso e não quero perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo do amor. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã! Por isso, não quero perder de vista o que ando escolhendo para deixar cair na minha terra. Tomando cuidado com os semeadores que não me amam. Pois eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas. Tomar muito cuidado com os semeadores que  não conheço. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores., palavras..... Tomar cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre mim. Afinal, sei que Deus quer que eu mereça muito mais que qualquer coisa, migalha. Tomar cuidado com os amores passageiros, falsos, mentirosos, infiéis... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam... Cuidado com os invasores ao meu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem... Cuidado com os olhares e olhares de quem não sabem me amar... eles costumam fazer esquecer que valho à pena... Ter cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade... Ter cuidado com as vozes que insistem em nos recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a nossa visão sobre nós mesmos. Não tenho medo de me olhar no espelho. Pois é nessa cara  que eu tenho, que Deus resolve expressar mais uma vez, o amor que Ele tem por mim e pelo mundo. Não vou desanimar, pois Deus não quer desanimar de mim, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz. Não coloco um ponto final nas minhas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida. Ao invés de ficar parado no que possa ter feito errado, vou continuar a olhar para frente, e ver o que ainda pode ser feito... A vida ainda não terminou. E como já dizia o poeta "Que os sonhos não envelhecem..."
Sendo assim vou em frente. Com  o sorriso no rosto a firmeza em minhas decisões. Porque Deus me ajuda a reformar, o que é preciso, no meu coração para iniciar a reforma. Deus ainda acredita em mim. E se Ele ainda acredita, quem sou eu pra duvidar... (?) Adaptado
Padre Fábio de Melo

01 novembro 2010

Gentileza....

O Gentileza denunciava uma crise ética, de valores. O mundo individualista, produto do capitalismo que ele batizou de "capeta capital" Gentileza denunciava a crise e anunciava uma boa nova. Para o profeta assim como a natureza nos dá tudo de graça, temos que retomar sem troca de interesses. O primeiro passo seria bem simples: dizer sempre "agradecido" e "por gentileza", ao invés das fórmulas consagradas - já esquecidas por muita gente. Uma das pessoas que foram tocadas pela obra de Gentileza foi a compositora Marisa Monte, que transformou alguns de seus versos em uma canção com o nome do profeta. Marisa fez a música no dia em que foi apresentar os murais ao parceiro Carlinhos Brown, antes do projeto de recuperação, e viu que não havia mais nada. Chocada, escreveu a música. A cantora acha que a mensagem de Gentileza está cada vez mais atual. Com o ritmo acelerado das cidades, as pessoas estão perdendo a noção de gentileza, que é uma espécie de pureza refrescante para a vida, para o dia-a-dia.
Fotos: Google