07 outubro 2011

Três mulheres, três guerreiras dividem Nobel da Paz

   Ellen Johnson (E), Leymah Gbowee (C) e Tawakkul Karman (D) se destacaram pela "luta pacífica pela segurança das mulheres e de seus direitos" 
 O Prêmio Nobel da Paz deste ano será compartilhado por três mulheres. sendo duas africanas e uma do Oriente Médio. A escolha deste ano deve ser vista como um forte sinal do comitê do Nobel em favor da luta pela igualdade de direitos entre os gêneros, especialmente no mundo em desenvolvimento. As escolhas do Nobel da Paz nos últimos anos foram cercadas de polêmica. O comitê que escolheu as vencedoras deste ano é formado por cinco membros. Três mulheres que fizeram campanha pelos direitos humanos e pelo fim da violência na Libéria e no Iêmen, incluindo a presidente liberiana, Ellen Johnson-Sirleaf, ganharam o Prêmio Nobel da Paz. As três premiadas receberão uma medalha de ouro, um diploma e dividirão 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,7 milhões), em uma cerimônia em Oslo no dia 10 de dezembro. O Nobel da Paz deste ano teve um número recorde de indicações – entre pessoas e instituições foram 241 indicações.

              Ellen Sjohnson-Sirleaf (Libéria) -
Presidente da Libéria, foi a primeira mulher eleita democraticamente na África e colocou um fim ao conflito armado no país Josh Reynolds/AP. Ganhadora do Prêmio Nobel da Paz  a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, afirmou que a premiação é um reconhecimento dos "muitos anos de luta pela justiça, paz e promoção do desenvolvimento" no país do Oeste da África desde uma brutal guerra civil. Johnson-Sirleaf, de 72 anos, é a primeira mulher eleita presidente livremente na África.
 Tawakkul Karman, que trabalhou no Iêmen, vão dividir o prêmio avaliado em 1,5 milhão de dólares com Johnson-Sirleaf, que enfrenta a reeleição para um segundo mandato como presidente na terça-feira.

Tawakel Karman (Iêmen) - A jornalista teve participação ativa na Primavera Árabe e chegou a ser presa por incitação à desordem AFP

Tawakkul Karman, 32, é uma opositora do regime do presidente do Iêmen, Abdullah Saleh, e chegou a ser ameaçada de morte ao recusar um cargo no governo do país. Ele lidera principalmente um movimento de resistência da juventude iemenita, embora também tenha ligações com partidos políticos do país, no caso o Islah. A liberiana, Leymah Gbowee, que mobilizou mulheres contra a guerra civil no país ao organizar uma "greve de sexo". "Não podemos alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo a não ser que as mulheres obtenham as mesmas oportunidades que os homens para influenciar o desenvolvimento em todos os níveis da sociedade", disse o presidente do comitê, Thorbjoern Jagland, a repórteres.



 
Leymah Gbowee (Libéria) - A ativista é conhecida como "guerreira da paz" 
Gbowee mobilizou e organizou mulheres de linhas divisórias étnicas e religiosas para tentar pôr um fim na guerra da Libéria e para assegurar a participação das mulheres nas eleições. O comitê acrescentou: "Nas circunstâncias mais árduas, tanto antes quanto depois da Primavera Árabe, Tawakkul Karman desempenhou um papel de liderança na luta pelos direitos das mulheres e pela democracia e paz no Iêmen."


"A esperança do Comitê Norueguês do Nobel é que o prêmio para Ellen Johnson-Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman ajude a colocar um fim na supressão das mulheres que ainda ocorre em muitas países, e constatar o grande potencial de democracia e paz que as mulheres podem representar." Falando por telefone de Monróvia, o filho de Johnson-Sirleaf disse à Reuters que estava "super animado. Essa é uma grande notícia e temos que comemorar."
Fonte:  (Reuters)

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou as três vencedoras do Prêmio Nobel da Paz, as liberianas Ellen Johnson e Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkol Karman, afirmando que a escolha não podia ser melhor.

"É um símbolo do poder das mulheres. Antes de tudo, mostra o papel vital que têm as mulheres no avanço da paz, da segurança e dos direitos humanos", acrescentou o chefe da ONU.