Foto: Google/imagem
O Jornalismo brasileiro perdeu o eclético, ético, e genial dos jornalistas esportivos
brasileiro. O mundo do futebol se despediu na manhã desta
segunda-feira, por volta das 7h, do jornalista e cronista esportivo Armando
Nogueira, ex-diretor da Central
Globo de Jornalismo e comentarista esportivo. Aos 83 anos de idade, ele sofria de câncer e estava bastante
debilitado desde 2007, quando descobriu a doença e estava se tratando no Rio de
Janeiro. Foi por volta das 7 horas em seu apartamento na Lagoa, Zona Sul do
Rio de Janeiro. O velório ocorre no salão Armando Nogueira, no Estádio
Maracanã, e o enterro está marcado para o meio-dia desta terça, dia 30,
no cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul do Rio. O
enterro do jornalista será na terça-feira, às 12h, no cemitério São João
Batista, em Botafogo, na zona sul da capital fluminense.
Biografia:
No ano de 2007 o jornalista Armando Nogueira concedeu entrevista ao blog do bolha, neste bate papo ele falou sobre a paixão pela palavra:
"Existe o respeito pela palavra, embora seja muito penoso mantê-lo; é uma
das raras profissões em que você tem a chance de fazer e refazer. Na
verdade, a palavra é um ser vivo que fica pulsando na gaveta, te
incomodando; você bota na gaveta, no computador, onde quiser, mas, de
noite, na cama, fica pensando que tem um ser te aporrinhando, enchendo
teu saco. Você não se livra da palavra. Às vezes você é salvo por uma
leitura. Você pode estar empacado numa palavra e ter uma insônia e, de
repente, acorda com aquela palavra na ponta da língua. Isso já
me aconteceu. Eu estava escrevendo um texto um pouco poético, “as
bolas murcham no campo como as flores...”. Precisava de um
trissílabo e não havia jeito de achar essa palavra, atravessada na
garganta. Um dia, lia Machado de Assis, à uma hora da manhã, e uma
palavra surgiu como se cintilasse na página; era a palavra “campina”,
que dava certinho na minha métrica. Era a palavra que eu queria. “As
bolas murcham no campo como as flores na campina”. Até então,
faltava alguma coisa para completar o verso. E, quando é assim, a cabeça
fica funcionando, você fica refém daquela busca. É aí que vem a
recompensa: do fato de você ler; porque, se eu não gostasse de ler,
talvez essa palavra não cintilasse na página, não ficasse piscando, como
vi piscar. Há uma máxima que diz: escrever é reescrever. Escrever é
cortar palavras. Mesmo que seja um bilhete para a namorada, não goste,
desconfie sempre da primeira versão. Às vezes, falar menos é melhor. É
preciso exercer o desapego para com a palavra; ao contrário do que se
pensa, isso é uma forma de valorizar e não menosprezar a palavra; de
buscar a palavra essencial, a palavra inevitável, a palavra irrecusável.
e parece que, sendo esta a premissa do ponto de vista da forma — e
considerando sempre que a primeira versão do texto não é boa —, você tem
um bom começo, um bom caminho. Então vem o mais complicado da história,
que ainda não contei, que é você ter a capacidade de mentir. No meu
caso, entro de maneira meio marginal nessa história, porque meus
personagens todos são da vida real. Eu escrevo, mas, literariamente, não
sou escritor, escritor é quem cria seus personagens.
E sobre o futebol ele disse: " A essência da nossa escola futebolística são as delícias do futebol, um
esporte que tem a capacidade de criar espaço no reino da fantasia, não
necessariamente à custa de um bate-estaca".(http://jornalplasticobolha.blogspot.com)
Importante ressaltar que para criar o JN ele recoreu aos bancos da Universidade.
É uma grande perda para o Jornalismo Brasileiro. Um Gênio que perdemos.
Fonte: O dilúvio, Blog do bolha, Adnews
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