Lendo sobre lançamentos literários, achei este muito
interessante não só pelo tema como pela história da escritora. Falo do livro
“The Help”, todo mundo está falando
desse livro Kathryn Stockett. Trata-se do primeiro romance da autora de 40
anos, que narra o sofrimento dos empregados domésticos negros em Jackson,
Mississipi, na década de 60. Publicado em fevereiro de 2009, o livro decolou
como um míssil, arrastando além de aplausos, alguma polêmica e muito debate.
Stockett, que também nasceu em Jackson, conheceu o calvário do mercado
editorial, tendo passado por mais de 40 editores até sua obra ser publicada e
ter, em menos de um ano, vendido mais de um 1,8 milhão de exemplares. Mas,
baseado em grande parte da critica literária americana, “The Help” não é só um
fenômeno comercial, mas também um excepcional livro. “The Help” é baseado em três mulheres com
perfis de grande apelo popular, mesmo que o leitor esteja a milhas de distância
da questão racial. Abileen, é uma empregada doméstica de origem “afro-american”
(AA), inteligente, esperta, cuja vida se resume em cuidar bovinamente de
crianças brancas, mas que após perder seu único filho passa a ver horizontes
diferentes, principalmente quando ao fundo deles estão seus patrões. Já Minny,
melhor amiga de Abileen, é outra doméstica também AA que não poucas vezes bate
de frente com seus empregadores. É baixinha, gordinha, impertinente,
linguaruda, e vive com a família em constantes privações financeiras. A
personagem branca das três é Skeeter. Tem 22 anos e acaba de retornar para casa
depois de se formar na Universidade de Mississipi. Com o fogo da juventude a
espalhar brasas por todos os lados, ela percebe que sua antiga camareira
(Constantine) desapareceu. Longe de aceitar com naturalidade o fato e as
distâncias raciais gritantes da década de 60, Skeeter resolve escrever um livro
sobre as experiências boas e ruins do trabalho negro (doméstico) para patrões
brancos, e mais, convence Abileen e Minny a ajudá-la. Como se vê pura pólvora,
já que o Mississipi foi, e ainda é embora bem menos, um caldeirão em constante
ebulição quando o assunto são as relações interraciais. Talvez também por isso,
por mexer em feridas longe de estar cicatrizadas na sociedade americana, o
livro é um sucesso. A utilização do dialeto negro no livro, por exemplo, é uma
das trilhas que deixa claro as raízes da autora.
As raízes de Stockett, que é casada e tem dois filhos, não
deixam dúvidas sobre a enorme entrega da autora para desenvolver o livro.
Graduada em Creative
Writing pela Universidade do Alabama, a escritora logo se
mudou para Nova York, mas nunca deixou o “oxigênio” do sudeste norte-americano,
repleto de etnias e matizes raciais (26% da população do Alabama é composta de
afro-americanos). O livro deve ser lançado em língua portuguesa em setembro de
2010, pela editora lusa Saída de Emergência, e também deve ser adaptado para o
cinema pelos estúdios Dreamworks. Esperamos que em breve chegue por aqui .
Nenhum comentário:
Postar um comentário