26 outubro 2010

Saudades...Mãe Adélia

Desde a madrugada, meu coração sofre ao lembrar tudo que passamos juntas...muito sofrimento, dor e amor. Minha amada mãezinha, hoje é um misto de mais tristeza e saudades... (26/10/2005) cinco anos de intensa saudade. Não tem um dia se quer que passe sem que algo lembre a minha amada mãe, tudo é muito grande quando penso nela…tínhamos uma intensa relação, ela ria comigo mesmo com dor, nunca reclamava de nada sempre forte e muiita fé, carinho. Até que nos encontremos um dia, a saudade e o amor será infinito.

Coloquei o filtro da arte naquela cena comum
e a luz que até então estava escondida
veio surpreender-me com seu poder de claridade.
A mulher simples, mãos calejadas de lida rotineira,

mulher que aprendeu a curar as dores do mundo

a partir dos meus joelhos esfolados de quedas e estripulias.
Aquela mulher, minha mãe,

rosto iluminado por uma labareda que tinha origem no fogão de lenha

trazia consigo o dom de me devolver a calma
que a vida tantas vezes insistiu em me roubar.
Aquela cena, mulher, fogão de lenha,

panela preta, escondendo a brancura de um arroz feito na hora
é uma das cenas mais preciosas

que meu coração não soube esquecer.
Saudade de mãe é coisa sem jeito.
Chega quando menos imaginamos:
um cheiro, uma melodia, uma palavra, uma imagem
e eis que o cordão do tempo nos convida ao retorno à infância,
como se um fio nos costurasse de novo ao colo da mulher
que primeiro nos segurou na vida
e agora pudesse nos regenerar.
Saudade de mãe é ponte que nos favorece um retorno a nós mesmos.

Travessia que nos recorda uma identidade muitas vezes esquecida,

perdida na pressa que nos leva.
 
Saudade de mãe é devolução,
é ato que restitui o que se parte,

é luz que sinaliza o local do porto,
é voz no ouvido a nos acalmar
nas madrugadas de desespero e solidão
através de uma frase simples:
 
"dorme meu filho, dorme"
Pe. Fábio de Melo 

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