Com olhares atentos divididos entre os palestrantes e o Twitter, mais de 100 jornalistas, acadêmicos, programadores e estudantes participaram do Primeiro Seminário Internacional de Jornalismo Online, organizado em São Paulo no sábado, 29 de maio, pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas da Universidade do Texas em Austin, nos EUA, pela Faculdade Cásper Líbero e pela ONA-Brasil, o capítulo brasileiro da organização americana Online News Association. As palestras no auditório da Faculdade Cásper Líbero também foram acompanhadas ao vivo pela internet. Num momento em que a internet se torna uma das principais fontes de informação para grande parte da população, os jornalistas têm o desafio de repensar sua atividade e usar novas ferramentas para noticiar, de forma abrangente, os mais diversos assuntos. “Ficamos todos surpresos com a qualidade e a variedade das experiencias do jornalismo online do Brasil que foram apresentadas durante o evento, como experiencias interativas criadas por jornalistas-programadores, novas narrativas multimídia e o uso criativo de conteúdo criado pelos usuários”, disse o professor Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. “O seminário mostrou que o jornalismo online no Brasil é grande, forte, dinâmico e inovador, mas carece de mais oportunidades como esta, onde os jornalistas têm a chance de aprender uns com os outros e compartilhar suas experiências”. Num momento em que a internet se torna uma das principais fontes de informação para grande parte da população, os jornalistas têm o desafio de repensar sua atividade e usar novas ferramentas para noticiar, de forma abrangente, os mais diversos assuntos. “Ficamos todos surpresos com a qualidade e a variedade das experiencias do jornalismo online do Brasil que foram apresentadas durante o evento, como experiencias interativas criadas por jornalistas-programadores, novas narrativas multimídia e o uso criativo de conteúdo criado pelos usuários”, disse o professor Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. “O seminário mostrou que o jornalismo online no Brasil é grande, forte, dinâmico e inovador, mas carece de mais oportunidades como esta, onde os jornalistas têm a chance de aprender uns com os outros e compartilhar suas experiências”. A colaboração entre hackers e jornalistas para extrair dados públicos na marra foi o tema da palestra do jornalista e programador Pedro Valente, do Yahoo.
O professor Walter Lima, da pós-graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero, lembrou que atualmente os critérios de relevância da notícia não são mais definidos unicamente pelos jornalistas, o que traz um novo panorama para os profissionais. Outro desafio foi destacado por Rubens Almeida, diretor de integração do iG: poucos jornalistas estão preparados atualmente para encontrar dados interessantes nas bases de dados disponíveis. No segundo painel, o jornalista espanhol Mario Tascón, diretor e fundador do site LaInformacion.com, fez uma palestra por skype sobre o uso de mídias sociais e notícias geradas pelo público. Ele apontou que os jornalistas online estão deixando de se preocupar com o que fazem as agências de notícias para ocupar-se da demanda do público em tempo real – numa atividade onde se relacionam os profissionais da redação, os usuários e as máquinas. Jornalistas do Terra, do G1 e da Folha Online discutiram o tamanho e os limites da influência do leitor na fabricação de notícias. David Butter, editor de suplementos e interatividade do G1, mencionou que, apesar da influência crescente do leitor no noticiário, 75% do material enviado pelos usuários é descartado pelo site, após verificação pelos jornalistas. Na Folha Online, 90% é jogado fora, segundo o secretário de redação, Ricardo Feltrin. Já Ana Brambilla, editora de mídias sociais do Terra Networks, afirmou que consegue aproveitar quase integralmente o conteúdo dos leitores. Representantes da BBC News, de Londres, do Globo, do Portal Exame e da Universidade Estadual da Paraíba discutiram os desafios e oportunidades para o jornalismo nas plataformas digitais móveis, durante o terceiro painel. Paul Brannan e Jim Haryott, especialistas em plataformas emergentes da BBC News, em Londres, apresentaram casos de uso inovador de tecnologias móveis, incluindo a realidade aumentada nas ruas da capital inglesa. Quando perguntado se a velocidade da informação online irá prejudicar a qualidade das notícias, Brannan respondeu: “A questão é quase irrelevante”, uma vez que a rapidez no fluxo de dados é uma situação irreversível. Cilene Guedes, coordenadora de mobilidade e plataformas digitais de O Globo, lembrou que o conteúdo para as plataformas móveis deve ser feito pensando não nos aparelhos, mas nas pessoas em movimento. E lembrou que os modelos de financiamento ainda estão se formando: “As agências de publicidade precisam aprender a vender publicidade para esse novo meio”, afirmou. A evolução da narrativa jornalística na web foi o assunto do quarto painel, mediado por Pedro Doria, editor de conteúdos digitais do Estadão. A gerente senior de produtos para portais e parcerias do MSN de Londres, Katie King, também diretora da Online News Association, mostrou novas ferramentas para contar uma história pela internet – como o programa photosynth, que gera imagens tridimensionais usando fotografias. Alberto Cairo, editor de multimídia e infografia da Editora Globo, mencionou a tendência de se usar a infografia para narrar acontecimentos pelo meio digital, inclusive as notícias de última hora .
Daniel Jelin, editor da Veja.com, ressaltou o perigo de focar demasiadamente nos infográficos e esquecer outros aspectos do jornalismo – como um bom título e uma boa narrativa de texto. Ele também se mostrou preocupado com fato de que muitas equipes multimídia ainda trabalham na base do improviso e do voluntarismo. No último painel, foram apresentadas as experiências bem-sucedidas de duas associações formadas por jornalistas para trocar experiências e discutir formas de aprimorar o trabalho diário: a Online News Association (ONA), dos EUA, e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Kate King, diretora da ONA, falou sobre o rápido crescimento da organização: criada em 1999 com 30 membros, ela tem hoje 1,5 mil integrantes em 39 países .Angela Pimenta, editora da revista Exame e diretora do capítulo brasileiro da ONA, falou sobre a intenção dos jornalistas brasileiros de continuarem o debate sobre jornalismo online. A experiência da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), uma das mais atuantes na área em todo o mundo, foi apresentada pelo jornalista Fernando Rodrigues, presidente da organização. Ao fim do encontro, os participantes decidiram continuar trocando experiências sobre jornalismo online através de uma lista de discussão na internet, que no futuro poderia se tornar uma associação voltada para debates na área e o aprimoramento profissional.
Fonte: knightdigitalmediacenter.org
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